Koan[1]
do chá
Certa
vez, estavam o mestre e seu discípulo sentados à beira do caminho na frente do
templo e este se encarregava de ensinar-lhe, cuidadosamente, a arte de servir o
chá. Num determinado momento, passou por eles um jovem viajante com uma mochila
às costas e comentou com ambos que aquele templo era demasiadamente velho e que
necessitava de reformas urgentes. Como alguém poderia viver naquelas condições?
O velho mestre sorriu e disse ao jovem viajante: "- É verdade! Aceita uma xícara
de chá?" e, inclinando-se ao viajante, estendeu-lhe a xícara,
carinhosamente, entre as duas mãos calejadas. O viajante bebeu satisfeito o chá
e se foi.
O
jovem discípulo olhou e nada disse. No momento seguinte, uma moça que passeava
pelo caminho, ao defrontar-se com o templo, comentou com ambos que aquele lugar
era especialmente belo e transmitia uma paz enorme. Dizia ainda que ambos eram
privilegiados por viverem em tal atmosfera de serenidade. Ao que o velho
mestre, inclinando-se à moça, com a xícara de chá entre as duas mãos, disse novamente:
"- É verdade! Aceita uma xícara de chá?".
Mais
ao fim da tarde, outro senhor de mais idade aproximou-se da dupla, ainda
sentada e praticando à beira do caminho, e pôs-se a exclamar que a reverência
aos ancestrais deveria fazer com que o templo fosse melhor cuidado para abrigar
os famintos de paz, pois se tratava de lugar belíssimo. O velho mestre disse:
"- É verdade! Aceita uma xícara de chá?", e estendeu a mesma xícara
solidária ao homem.
Depois
que este saiu satisfeito, o jovem discípulo não se conteve e perguntou ao
mestre em tom de indignação: "- Mestre! Como posso saber qual é a verdade
se vós concordais com as ideias contraditórias de todos que passam por
aqui?".
O
velho mestre sorriu, novamente, e estendendo as duas mãos com a xícara de chá
entre elas, se inclinou ao discípulo e respondeu: "- É verdade! Aceita uma
xícara de chá?".
Sou professora é amo o que faço,
mas como adoro o papel de aluna, hoje lendo o texto direito a educação: além do
texto e aquém do tecido, para a aula de coordenação I do maravilhoso professor
Marcos Ferreira Santos, me deparei no final com um Koan, não sabia o que era um
koan, e como é gosto aprender algo novo, o texto todo estava ótimo, mas o final
foi uma delicia, como gostaria que meus alunos conseguissem sentir prazer em
aprender é tão bom [...] espero que vocês um dia, espero que breve, tenham essa
sensação ... “bora” tentar?
[1]
Koan no zen-budismo, sentença ou pergunta de caráter enigmático e
paradoxal, us. em práticas monacais de meditação com o objetivo de dissolver o
raciocínio lógico e conceitual, conduzindo o praticante a uma súbita iluminação
intuitiva. Fonte: Houaiss eletrônico.
É algo parecido com as nossas parábolas
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