Parágrafo
O parágrafo é indicado por um afastamento da margem esquerda da folha. Ele facilita ao escritor a tarefa de isolar e depois ajustar convenientemente as ideias principais de sua composição, permitindo ao leitor acompanhar-lhes o desenvolvimento nos seus diferentes estágios.
É muito comum nos textos de natureza dissertativa, que trabalham com ideias e exigem maior rigor e objetividade na composição, que o parágrafo-padrão apresente a seguinte estrutura:
a) introdução - também denominada tópico frasal, é constituída de uma ou duas frases curtas, que expressam, de maneira sintética, a ideia principal do parágrafo, definindo seu objetivo;
b) desenvolvimento - corresponde a uma ampliação do tópico frasal, com apresentação de ideias secundárias que o fundamentam ou esclarecem;
c) conclusão - nem sempre presente, especialmente nos parágrafos mais curtos e simples, a conclusão retoma a ideia central, levando em consideração os diversos aspectos selecionados no desenvolvimento.
Nas dissertações, os parágrafos são estruturados a partir de uma ideia que normalmente é apresentada em sua introdução, desenvolvida e reforçada por uma conclusão.
As dissertações escolares, normalmente, costumam ser estruturadas em quatro ou cinco parágrafos (um parágrafo para a introdução, dois ou três para o desenvolvimento e um para a conclusão).
É claro que essa divisão não é absoluta. Dependendo do tema proposto e da abordagem que se dê a ele, ela poderá sofrer variações. Mas é fundamental que você perceba o seguinte: a divisão de um texto em parágrafos (cada um correspondendo a uma determinada ideia que nele se desenvolve) tem a função de facilitar, para quem escreve, a estruturação coerente do texto e de possibilitar, a quem lê, uma melhor compreensão do texto em sua totalidade.
Tópico Frasal
A ideia central do parágrafo é enunciada através do período denominado tópico frasal. Esse período orienta ou governa o resto do parágrafo; dele nascem outros períodos secundários ou periféricos; ele vai ser o roteiro do escritor na construção do parágrafo; ele é o período mestre, que contém a frase-chave.
A ideia central ou tópico frasal geralmente vem no começo do parágrafo, seguida de outros períodos que explicam ou detalham a ideia central.
Exemplos:
Ao cuidar do gado, o peão monta e governa os cavalos sem maltratá-los. O modo de tratar o cavalo parece rude, mas o vaqueiro jamais é cruel. Ele sabe como o animal foi domado, conhece as qualidades e defeitos do animal, sabe onde, quando e quanto exigir do cavalo. O vaqueiro aprendeu que paciência e muitos exercícios são os principais meios para se obter sucesso na lida com os cavalos, e que não se pode exigir mais do que é esperado.
O uso da vírgula.
Para intercalar termos e expressões num período simples. Exemplos:
- Tentei tudo, isto é, quase tudo.
- Paulo não pode vir, ou melhor, recusou-se a vir.
- Observe, com muita calma, a sua expressão.
Isolar expressões explicativas: isto é, ou melhor, quer dizer, melhor dizendo, etc.
- Irei para águas de Santa Bárbara, melhor dizendo, Bárbara.
Para separar oração adjetiva explicativa da principal:
- Os "hooligans", que bebem demais, invadiram-na.
Separar adjuntos adverbiais no meio da frase ou deslocados:
- A maioria dos alunos, durante as férias, viajam.
- Durante as férias, a maioria dos alunos viajam.
Para separar adjuntos adverbiais longos:
- Antes da chegada dos líderes da torcida ao estádio, tudo estava tranquilo.
Para marcar a anteposição ou a intercalação de oração subordinada adverbial:
- Chegamos, como tínhamos combinado, às 19 h.
- Como tínhamos combinado, chegamos às 19 h.
Para marcar a anteposição do predicativo:
- Eufóricos, os candidatos comemoravam.
Em orações com objetos pleonásticos:
- Os meus alunos, sempre os respeito.
- O meu livro é bom, bom, muito bom!
Isolar o aposto explicativo (intercalação do aposto):
- Pelé, o atleta do século, quis polemizar.
- Brasília, Capital da República, foi fundada em 1960.
Para separar oração apositiva da principal:
- Dei um conselho, que se esforçassem mais.
Isolar o vocativo (marcar sua interpolação):
- Senhores candidatos, não sujem as ruas.
- Minha filha, não seja teimosa!
- Alberto, traga minhas calças até aqui.
Separar elementos coordenados assindéticos, ou seja, elemenetos de uma enumeração:
- Diretores, professores, alunos, ninguém veio.
Para separar orações coordenadas assindéticas:
- Veio, viu, desistiu.
Para indicar a elipse do verbo:
- Ela prefere filmes românticos; o namorado, de aventuras.
- Ela estava com fome e eu, com sede.
Para indicar, nas datas, o lugar:
- Londrina, 20 de novembro de 2006.
Para separar orações coordenadas assindéticas:
- O tempo não para no porto, não apita na curva, não espera ninguém.
- Não sei nem como penso, nem como vivo, nem como sinto, nem como existo.
Para separar orações coordenadas sindéticas:
- Defendeu o amigo, porém manteve-se descontente.
A conjunção coordenada aditiva e quando equivale a mas, exige anteposição da vírgula:
- Ele pensa uma coisa, e diz outra.(= mas)
Usa-se a vírgula nas orações coordenadas aditivas iniciadas pela conjunção e quando os sujeitos forem diferentes e quando o e for repetido:
- Ela irá no primeiro avião, e seus filhos no próximo.
Oração subordinadas adjetivas: só a explicativa é separada por vírgula.
- A jovem garota, que sempre gostou de matemática, agora só estuda inglês.
Vírgula antes do mas, porque e outras conjunções:
Orações que indicam idéias contrárias (introduzidas pela conjunção mas), tempo, pausa, finalidade, explicação, lugar, consequência, modo, conformidade, condição, proporção, podem ser separadas por vírgulas, mas não obrigatoriamente.
Observação: Nesse caso, é importante que ocorra a vírgula, se essas orações vierem antes de outras, mas, caso contrário, não é importante. No entanto, se a sua omissão comprometer o sentido da frase, ela deve ser usada.
- Muitos tentam, mas poucos conseguem. (= idéias contrárias)
- Eu fiquei deveras feliz(,) quando cheguei a casa. (= indica tempo)
- Quanto mais se aprende, menos se sabe. (= indica proporção e vem antes da outra)
- Cheguei perto dela, afim de que me contasse todos os seus segredos. (= indica finalidade)
- Tudo está aqui, de acordo com o que combinamos. )= indica conformidade)
Vírgula e a abreviatura etc
Alguns autores costumam usar a vírgula antes da abreviatura etc.. Esse é um termo latino que significa e outras coisas, e assim sendo, não haveria necessidade de usar a vírgula, no entanto, o seu uso é consagrado pela norma culta.
Não há vírgula:
1. Entre sujeito e predicado:
Luís comprou um carro novo.
2. Entre o verbo e o seu objeto:
Maria, seu marido e seus três filhos compraram um novo terreno.
3. Entre o nome e o seu adjunto:
Casa de pedra tomba, mas não desiste.
4. Entre o nome e o seu complemento
Eles queriam que tudo permanecesse favorável ao deputado.
5. Entre oração principal e oração adjetiva restritiva:
O homem que ajuda o próximo nunca perde a esperana.
6. Antes da conjunção e quando ela introduz a última oração coordenada:
Comprou jóias, roupas, sapatos e brinquedos.
7. Orações subordinadas substantivas: não se separam por vírgulas:
É evidente que o culpado é o mordomo.
8. Adjuntos adverbiais curtos: não se exige vírgula com eles, salvo se for exigida pausa:
- Depois disso tudo voltou ao normal. (ou Depois disso, tudo voltou ao normal)
- No verão passado fomos à Paris. (ou No verão passado, fomos à Paris)
9. Oração adverbial, após a oração principal, não exige vírgula:
Quebrou a perna quando dançava.
Observação: Ao contrário do que muitos pensam, a vírgula não depende da respiração e sim, da estrutura sintática da oração. A pausa que ocorre na fala, nem sempre corresponde à pausa na escrita.
"A secretária da seção de despachos do correio falou que o chefe disse aos grevistas que eles seriam demitidos."
Brigadão!!^^
ResponderExcluirPerfect!
ResponderExcluirAjudou bastante :)
ResponderExcluirSeu blog ajudou bastante a minha filha. Obrigado
ResponderExcluirÓtimo....
ResponderExcluirmuito bom
ResponderExcluirBelo blog, me ajudou bastante e acho que ainda vai me ajudar no futuro.
ResponderExcluirlegal
ResponderExcluirSe a regra é usar o inicio do parágrafo com um recuo, por que a autora não faz uso desta regra ?
ResponderExcluirGente coitada
ExcluirBoa pergunta, porque conforme a ABNT NBR 10520 (2002), para a paragrafação de um trabalho científico podem ser utilizados dois estilos: o parágrafo com recuo ou sem recuo da margem. No caso de se optar pelo parágrafo com recuo, deve-se observar o seguinte:
ResponderExcluir- a primeira linha do parágrafo será de 2 cm da margem esquerda;
- no caso de se optar pelo parágrafo sem recuo, ele deve ser justificado;
- em um mesmo trabalho, qualquer que seja a modalidade, deve-se utilizar um só estilo de paragrafação: com recuo da margem ou sem recuo
FONTE: DIRETRIZES para elaboração de trabalhos científicos, 2009, p. 21.
Muito obrigada ajudou muito rs bjssss
ResponderExcluirVc é uma otima professoara bjsss fique com deus
ResponderExcluirNossa tenho que fazer uma prova e vc me ajudou muito.
ResponderExcluir-Estou precisando muito disto, obrigado mesmo.
ResponderExcluirPara sairmos do subdesenvolvimento em que vivemos, é preciso que a educação esteja sempre presente. Assim teremos um país mais justo, e com mais desenvolvimento.
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